Edição 04/2010

Cinema e Arquitetura: a Dominante Tátil na Recepção da Arte

No presente trabalho mostraremos que para Walter Benjamin toda forma de arte amadurecida está no ponto de intersecção de três linhas evolutivas: a atuação da técnica sobre uma forma de arte; a realização, pela nova forma de arte, dos efeitos que as formas tradicionais de arte tentaram produzir; a utilização das mudanças nas estruturas da percepção pelas novas formas de arte. Vamos, primeiramente, nos fixar na terceira linha, ou seja, na análise das mudanças na estrutura de percepção e suas conseqüências, depois na apropriação que faz a arte dessas mudanças, ou os efeitos que têm as mudanças de percepção na produção da arte contemporânea e as novas possibilidades trazidas pela nova forma de arte e de percepção (espaço de ação, espaço de liberdade). Tentaremos, ao final, interpretar a última Bienal de São Paulo à luz destas reflexões.

Palavras-chave: Walter Benjamin. Arte Contemporânea. Estética.

Sônia Campaner Miguel Ferrari
Doutora em Filosofia pela UNICAMP. Professora do Departamento de Filosofia da PUC-SP. O presente texto corresponde à conferência proferida na Faculdade Católica de Pouso Alegre por ocasião da IV Jornada de Filosofia, “Filosofia e Arte”, em outubro de 2009.

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A Constituição da Ciência Moderna: Pressupostos Definidores da Vida e Suas Implicações Biopolíticas Contemporâneas

O presente trabalho é o resultado de um conjunto de pesquisas que têm como objeto central a investigação da questão da vida e de sua (in) definibilidade na civilização ocidental como condição do uso político nas diversas configurações sociais e, especificamente, na contemporaneidade. Nesta pesquisa em específico, o objetivo está voltado à investigação de alguns fundamentos ontológicos da ciência moderna, sua concepção de natureza e de tempo que se estabeleceram de forma hegemônica na modernidade a demarcar fronteiras definidoras da vida humana amparadas em premissas eminentemente físicas e biológicas, potencializando uma racionalidade administrativa articulada em pressupostos técnico-científicos, justificados política e juridicamente nos mais diversos interesses e usos que se fazem da vida contemporânea, configurando os pressupostos biopolíticos nos quais estamos inseridos.

Palavras-chave: Ciência; Modernidade; Natureza ; Vida; Biopolitica.

Sandro Luiz Bazzanella
Graduado em Filosofia, Mestre em Educação e Cultura pela UDESC e Doutorando do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC na área de Condição Humana na Modernidade. Professor da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, em Presidente Getúlio.

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Educação e Formação Cultural Segundo a Teoria Crítica de Theodor W. Adorno

Buscaremos através deste ensaio, analisar as considerações de Adorno quanto ao processo de desenvolvimento cultural da modernidade e sua relação com os pressupostos acerca da educação. Sobretudo, veremos como se processa a criação de um modelo cultural cuja barbárie do século XX, isto é, a experiência de duas Grandes Guerras Mundiais é, para Adorno, o expoente histórico mais nefasto e, portanto uma prerrogativa no que tange a reflexão sobre a educação. Relacionando isto com o nosso principal objeto de pesquisa, teríamos segundo o filosofo, a alegação de que a exigência de que Auschwitz não se repita é algo extremamente primordial no que diz respeito à educação. Ela deve preceder a qualquer outra prerrogativa, não requerendo qualquer justificativa. Assim, como veremos, não se trata somente de analisar tais considerações, mas expor a questão acerca do pressuposto da educação como um referencial para emancipação humana.

Palavras-chave: Educação, Esclarecimento, Semicultura, Indústria Cultural, Teoria Critica.

Fernando Lopes de Aquino
Graduado em Teologia e Filosofia pela Universidade Metodista de São Paulo. Mestrando em Filosofia e História da Educação pela UNICAMP.

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Francisco Suárez: A Metafísica na Aurora da Modernidade

O presente trabalho quer apresentar, ainda que em grandes linhas, a contribuição de Suárez para a metafísica, sobretudo a novidade metodológica na apresentação de seu pensamento e a mudança de orientação quanto ao objeto desta área filosófica, o que lhe garantiu notoriedade. A partir desses pontos, buscar-se-á também mapear a recepção e as repercussões de sua obra.

Palavras-chave: Francisco Suárez. Metafísica. Modernidade.

Juliano de Almeida Oliveira
Mestre e Doutorando em Filosofia pela PUC-SP. Professor da Faculdade Católica de Pouso Alegre.

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Serão as Equações Matemáticas Pseudoproposições? Uma Análise Crítica da Filosofia da Matemática do Tractatus Logico-Philosophicus de Wittgenstein

O presente artigo discute a tese do primeiro Wittgenstein segundo a qual as equações matemáticas nada dizem acerca do mundo. Argumentaremos que Wittgenstein não oferece um argumento sólido a favor de sua tese.

Palavras-chave: Wittgenstein; Tractatus Logico-Philosophicus; filosofia da matemática.

Sérgio Ricardo Neves de Miranda
Doutor em Filosofia pela Universidade de Bielefeld. Professor Adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto.

Pedro Merlussi
Aluno da graduação em Filosofia na Universidade Federal de Ouro Preto e bolsista do CNPq.

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As Figuras da Possibilidade e a Gênese do Conceito de Mundos Possíveis

O texto pretende discutir as figuras da possibilidade na história da filosofia e mostrar como surgiu o conceito de mundos possíveis. Tais figuras possuem como representantes as filosofias de Aristóteles, Duns Scoto e Leibniz. Trata-se do possível como objeto da potência divina, como objeto não contraditório do pensamento e como objeto da vontade divina. O texto, também conceitua ‘mundos possíveis’ e abre perspectivas para se pensar este conceito a partir de outras referências.

Palavras-chave: Possibilidade, Leibniz, potência divina, vontade divina.

Jairo Dias Carvalho
Doutor em Filosofia pela UFMG. Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia.

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O Tratado da Natureza Humana de Hume: Uma Breve Análise da Oarte III do Livro II

O jovem David Hume publicou o Tratado da Natureza Humana quando tinha apenas vinte e oito anos, uma obra com uma grande ambição a “total” renovação da filosofia da experiência com a construção de uma “ciência do homem”, capaz de equivaler-se com a ciência newtoniana, com a conclusão do trabalho iniciado por Bacon, e com a substituição da metafísica racionalista, pelo que o filósofo viria a chamar de “a verdadeira metafísica”. O Tratado inicia um projeto de estudo rigoroso a respeito da natureza humana. Nesse artigo abordaremos alguns aspectos desse projeto, delineados no Livro II do mesmo, onde o autor trabalha o elemento das Paixões e sua influência sob a vontade e esta junto ao comportamento humano, bem como, faremos uma análise comparativa entre suas idéias e as de Nietzsche.

Palavras-chave: Hume, Tratado, Nietzsche.

Vani Letícia Fonseca dos Santos
Especialista em Filosofia pela UFPEL e aluna do Mestrado em Filosofia da UFPEL.

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