Edição 01/2009

A Questão da Verdade na Filosofia

O presente artigo pretende apresentar os sentidos que o conceito verdade assumiu ao longo dos séculos. Em Filosofia, ao longo de toda sua história de mais de dois milênios, verdade é palavra-chave dos pontos de vista metafísico e gnosiológico, ambos bastante interligados. Pode-se mesmo traçar um arco desde o que os gregos, com Parmênides, entenderam por alétheia até a “salvaguarda do ser”, como se permite exprimir Heidegger. O campo de exploração do sentido é muito vasto. O texto se limita a lançar um olhar forçosamente breve sobre algumas ocorrências de sentido na modernidade e propor um “passo de volta” ao pensamento de Tomás de Aquino, considerado como referência incontornável no estudo da verdade.

Palavras-chave: Verdade. Sentido. Tomás de Aquino

Maurílio José de Oliveira Camello
Doutor em História Social pela FFLCH/USP. Mestre em Filosofia pela FFLCH/USP. Professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Diretor do Instituto Básico de Humanidades da Universidade de Taubaté (SP).

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A Caminho do Pensamento e da Poesia

Tendo como epígrafe uma passagem Da experiência do pensar, composição poética de Martin Heidegger escrita em 1947, mas só publicada em 1954, a conferência intitulada “A caminho do pensamento e da poesia” busca pensar o que está implicado na preposição “a” da expressão “a caminho” que principia o título proposto e o sentido ontológico-relacional da conjunção “e”, também presente no título, tendo por base um dos temas fundamentais da obra heideggeriana: a linguagem. O texto objetiva conduzir “ao” pensamento de Heidegger e, também, “à” poesia de Hölderlin. Nessa perspectiva, supondo ser possível apresentar algumas idéias fundamentais tanto do pensamento de Heidegger como da poesia de Hölderlin, a proposta consiste em percorrer três passos: 1. Heidegger e Hölderlin: quem são?; 2. A tematização da linguagem em Ser e tempo (1927) e na Carta sobre o humanismo (1946); 3. A conferência Hölderlin e a essência da poesia (1936). Do ponto de vista metodológico, a abordagem a ser realizada ao longo dos três passos parte e, portanto, tem em vista o horizonte em que Heidegger se movimenta enquanto filósofo e pensador e, em relação a Hölderlin, o modo como Heidegger lê e interpreta a poesia hölderliniana.

Palavras-chave: Pensamento. Poesia. Linguagem. Fala. Silêncio.

Renato Kirchner
Graduado em Filosofia pela Universidade São Francisco, Mestre e Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Educação e Emancipação

EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO:
Reflexões a partir da filosofia de Theodor Adorno

Este artigo analisa, a partir do pensamento de Theodor Adorno, a questão da emancipação no processo educacional. A educação deve, simultaneamente, evitar o que ele chama de “barbárie” e buscar a emancipação da pessoa. Entende-se, por barbárie, o impulso de destruição que o homem traz consigo. Esse impulso manifesta-se nas diversas formas de agressividade que percebemos no cotidiano e pode chegar a situações extremas, como os campos de extermínio da Segunda Grande Guerra Mundial. A educação autoritária não consegue evitar as possibilidades destrutivas que o homem traz consigo; por isso, Adorno propõe uma educação “emancipatória”. Esse modelo educacional evita a repressão, se distancia da reprodução tecnicista e focaliza o aspecto produtivo da vida humana. Em outras palavras, a educação emancipatória pensa a sociedade e a educação distanciando-as do caráter industrial a que é submetido a cultura. A partir dessa perspectiva, o processo educacional pode favorecer a formação de sujeitos críticos e emancipados; sujeitos capazes de “domesticar” o impulso destrutivo que lhes é inerente. Desse modo, a educação forma pessoas autônomas e contribui para que não se repitam barbáries.

Palavras-chave: Filosofia. Educação. Adorno.

Paulo César de Oliveira
Doutor em Filosofia pela Pontificia Università San Tommaso D’Aquino (Angelicum), de Roma. Professor da Universidade Federal de São João Del Rei (MG).

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O Despertar da Razão no Indivíduo

Este trabalho tem o propósito de investigar os aspectos julgados importantes para o entendimento da noção de razão, o seu despertar e suas conseqüências sobre o indivíduo, traduzidas na sua relação com a natureza, a fim de fornecer subsídios para a compreensão da história crítica da razão feita, no século XX, por Max Horkheimer. Focalizam-se as obras horkheimerianas da década de quarenta, que assentam as bases dos conceitos em questão e constroem o entrelaçamento da idéia central entre “mito e esclarecimento”. Transita-se entre o despertar da razão que se inicia no Cosmos e na Physis, caminha através da ciência na busca do progresso e da emancipação humana, mas que termina por regredir o indivíduo, tornando-o um produto dessa razão, motivo que o obriga a renunciar a si mesmo para continuar existindo. Compreender esse paradoxo é acreditar na força do pensamento crítico–reflexivo que denuncia essa regressão.

Palavras-chave: Indivíduo. Razão. Max Horkheimer

Pedro Rodolfo Fernandes da Silva
Mestre em Filosofia pela PUC-SP. Professor da Universidade de Taubaté (UNITAU).
Leila Silvia Latuf Seixas Tourinho
Bacharel em Filosofia pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (FACAPA). Mestranda em Filosofia pela PUC-SP.

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